Lá está você, escondendo-se num canto da própria mente, com o passado numa mão e sangue na outra. Você fita o horizonte, que, embora distante, parece perto e revelador: não há muito mais adiante.

Você esfrega as mãos e mistura o sangue com o passado, mais do que já estavam misturados. Vagarosamente, levanta-se, respira fundo e procura outro lugar para seguir. Mas não há. Só existe uma maneira de sair daqui. Só há uma escapatória, e ela não se parece com nenhuma que você antes chegou a imaginar.

Dói. Ficar em pé dói. Caminhar dói.

Olhar para a luz e ver o sinuoso caminho que leva até o alívio... Embora a luz te cegue e lágrimas desçam pelo seu rosto, você sabe que isso é bom.

A escuridão terá fim, o presente será passado (para trás), não haverá sangue nas suas mãos. Apenas algumas lágrimas no seu rosto, que secarão com o tempo.

Você alcançou o horizonte. E esta linha divide o que você era do que você será: uma lembrança na mente de poucos.

E ela esvair-se-á.

 Whiplash no IMDB

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             Assisti a esse filme ontem e resolvi que a primeira postagem deste blog seria para falar dessa obra de arte que tive a oportunidade de viver para assistir.

             Não falarei de aspectos técnicos, pois assumidamente não entendo muito disso. Vou tentar restringir às coisas que o filme me trouxe à mente, a tudo que me fez sentir, pensar, compreender.

             A princípio, o motivo principal de eu assistir ao filme: se tratar de um assunto que me interessa muito, que é bateria. Sempre fui apaixonado por esse instrumento, até tenho certa habilidade em tocar (embora esteja a anos-luz do que é representado no filme).

             Andrew Neyman é um jovem baterista com muitas pretensões. E sua garra, sua força de vontade, diante de tudo que ele passa (99% de tudo causado pelo "vilão" do filme, o regente Terence Fletcher), não vão transformá-lo apenas em um baterista, mas também em uma pessoa melhor.

             Não falarei muito da história do filme, pois ela, em sim, é baseada na busca por um sonho e todo o esforço para alcançá-lo e, tentar resumir isso sem spoiler, é bastante complicado.

             O filme me fez sorrir, me fez ter vontade de chorar, sentir pena, sentir remorso, sentir vergonha, sentir culpa, sentir orgulho.

             As atuações do protagonista e do antagonista são dignas de aplausos. Você vai ter muita raiva do Fletcher.

             Sim, acreditem, é um filme recompensador. São 107 minutos que, para mim, pareceram apenas 10. Ou menos. O final é esplendoroso.

             Façam um favor para si mesmos e vejam este filme. De verdade, de coração ♥