Até Que A Morte Separe | Edimar Silva
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Até Que A Morte Separe

Quando eu menos esperava, quando tinha apostado todas as minhas fichas e a única opção parecia ser desistir para sempre daquilo que sempre sonhei, você apareceu. 


Meu mundo, envolto há anos em tons de cinza, ganhava, finalmente, cores. O aroma da paixão, enfim, tomava conta do ar ao meu redor. Meus olhos opacos ganharam vida, ganharam brilho, ganharam cor. As linhas por onde lágrimas por anos e anos desceram ganharam um novo rumo, oriundo do sorriso verdadeiro que minha face demonstrava.


Eu estava começando a aprender como amar.



Senti, em seu abraço, o conforto que não apenas o meu corpo, mas a minha alma, tanto precisavam. Um abraço tão suave, mas que me fazia tão forte quanto eu podia imaginar ser. O simples toque em sua pele me transformava em um homem melhor. Unir os nossos olhares me dava a certeza da existência da felicidade. A felicidade tinha nome. Tinha as suas características. A felicidade era você.



Eu já amava.


Sua presença me fortalecia. Sentia que nada poderia abalar aquele sentimento. Que nada no mundo poderia, de maneira alguma, baquear aquilo que construíamos.



Quando a plena felicidade já abrangia cada segundo, cada minuto, eu acordei. Abri meus olhos e encarei a escuridão na qual, sozinho, vivia.Tirei de cima de mim os trapos de meu coração que eu utilizava como coberta, e levantei-me.



A solidão era tudo que eu tinha e que para sempre teria.


A escuridão era tudo que eu conhecia e que para sempre conheceria.


Meu próprio eu era a minha única companhia, mas estava perto, muito perto, de acabar com ela.



Olhei para o teto e vi a velha forca. Ela parecia sorrir para mim. Eu sorri de volta. E nos unimos num laço que apenas a morte nos separaria.



E separou.



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