Vazio.
O vazio não é o simples fato de não ter alguém para amar. Quem dera. Momentos de solidão são necessários para que aprendamos a apreciar as (possíveis / improváveis) companhias. Ficar num quarto sozinho, rondado pelos pensamentos e lembranças de um tempo que as coisas eram diferentes. Memórias coloridas, pois as lembranças destes dias são sempre da cor cinza. Lembranças nubladas...
O vazio não é estar sozinho. Não é simplesmente cercar-se do nada com o qual já se acostumou e dos desejos impossíveis de serem realizados. Quem dera. O vazio vai além. Ele abrange desde as raízes do coração até os limites da alma. Como se preenchesse o corpo com um furacão que suga cada sentimento, cada tentativa de sentir algo.
O vazio não é não amar. Não é a solidão. O vazio é sentir falta da dor de um amor não correspondido. O vazio é sentir saudade da rejeição. Porque não ser correspondido ou ser rejeitado é melhor que ser um nada.
Porque, para ser rejeitado, é preciso existir. Ser vazio é não existir.
Sinto saudade de amar. Da dor que o amor traz. De chorar à noite pensando que quem amo não me pertence. De querer que a dor vá embora.
Sentir qualquer coisa é melhor que sentir nada.
Sentir nada é ser vazio.
Ser vazio é ser um nada.
É não existir.
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