Sua voz me confortava de maneira impossível de ser descrita. Trazia calma para o meu coração mesmo em meio a maremotos furiosos. Era como ser transportado para um casebre simples, porém requintado com todos os sentimentos bons existentes.
Sua voz liberava a minha raiva. Expurgava meus demônios. Mandava para longe as dores mais profundas, abrindo cada cicatriz e tirando delas as facas que a vida cravou em minha pele. Cada grito era, também, um grito de socorro. Um grito que, de tão alto, não ouvíamos.
De tanto exorcizar nossos demônios, talvez tenha feito com que os seus se acostumassem à situação e, por isso, jamais foram embora. Eles, quietos e manipuladores, esperavam e espreitavam em meio às sombras e trevas que haviam em seu coração.
De tanto iluminar meu caminho, sua luz, aos poucos, perdeu a força. Perdeu a capacidade de ser autossuficiente. Lentamente se apagou.
Sua voz ainda me conforta. Ainda me ajuda a exorcizar meus demônios, embora, todos sabemos, cedo ou tarde eles hão de vencer.
Até lá, sua voz continuará sendo minha sinfonia de batalha.
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