Já passou da meia-noite. Esta é uma hora em que a maioria
das pessoas está dormindo, boa parte está “festando”, outros namorando. Mas eu
estou escrevendo. E o faço por não conseguir fazer as outras coisas
supracitadas. Portanto, o que me restou foi usar os artifícios que tenho para
fazer o que os outros fazem: colocar para fora as emoções.
Nunca me dei bem em tentativas de ser como a maioria, talvez
por eu ser diferente, talvez por eu não conseguir ser igual. Ou talvez,
simplesmente, porque não me adapto ou não me encaixo em ser / ter determinadas
coisas. Não por falta de querer. Por falta de algo mais, algo que eu mesmo não
sei o que poderia ser. Se soubesse, talvez, poderia resolver esse caso e estar
fazendo qualquer outra coisa que não fosse escrever. Mas, infelizmente, sou
melhor com palavras do que com pessoas. Assim sendo...
Às vezes pode parecer simples que essas pessoas sintam-se
“felizes” com o que têm, com o que fazem. Não as culpo. Em determinadas
ocasiões, acho superficial nomear alguns momentos de “felicidade”. Vejo essa
palavra como algo bem mais grandioso e cheio de esplendor. Algo além dessas
simples definições. Talvez eu esteja errado e espere demais das coisas, do
mundo, de mim mesmo. Talvez eu esteja certo e essa felicidade não se restrinja
a pequenos momentos e sim se estenda por uma vida (por mais que não caiba a mim
experimentá-la). Talvez tudo não passe de suposição e cada um tenha exatamente
o que merece e resolva nomear aquilo que merece com a definição que preferir,
apenas para mostrar aos outros. Não sei. Ninguém sabe. A intenção, na verdade,
não é nem saber. É pura e simplesmente apenas questionar.
Bem, não quero muito. Não tenho muitos sonhos ou desejos. E
nem sei porque comecei este parágrafo falando disso, já que não era a minha intenção
específica relatar o que sinto a meu respeito... Entretanto, apesar de tudo,
sinto que ainda me falta alguma coisa. Talvez me falte ser um pouco mais idiota
e tentar me encaixar em determinados padrões... Mas eu não me vejo fazendo
parte da maioria. Não me vejo frequentando os mesmo lugares que a maioria. Na
verdade, prefiro que seja assim. Nunca senti essa necessidade. Não preciso da
maioria, não necessito de excessos. Eu sei me contentar com pouco, embora o
pouco que eu precise me falte. E, embora seja pouco, ainda assim eu preciso.
Sei que, devido a eu ser quem sou, talvez seja pedir demais, por mais que seja
pouco.
Pena que alguns poucos são difíceis demais.
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