Encontre-me | Edimar Silva
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Encontre-me



1

Eu lembro de como este lugar costumava ser bem iluminado. O Sol brilhava resplandecentemente, os sorrisos das pessoas que aqui habitavam pareciam dar ainda mais vida para o ambiente... Ah, eu ainda lembro, mesmo que vagamente, dos momentos felizes que existiram neste lugar. Hoje, infelizmente, não parece mais o mesmo. 



2

Não quero parecer fraco, mas estou sozinho aqui. As pessoas foram embora, levando consigo os sorrisos e a luz do Sol. Não posso dizer que esqueceram de mim, porque, suponho, jamais me notaram. Eu apenas admirava os meus arredores e, quando percebi, tudo já estava escuro e medonho. Tudo em torno de mim havia se tornado como dentro de mim.



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Eu já aguentei muito, tanto que, sempre que a tristeza tenta me estrangular, sento-me e fico tentando lembrar dos momentos bons que vivi aqui. No entanto, isso é, também, uma faca de dois gumes: ao abrir os olhos, após confortar-me, a dor volta de maneira ainda mais dolorida diante da dura e horrível realidade.



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Sempre sou assombrado pelo insaciável desejo de morrer. Dizem que "miséria pouca é bobagem". Eu que o diga. Com a miséria como única companhia, senti a minha vida (ou existência, como preferir) ser levada embora de mim. Não que isso fosse um problema, afinal, a vida vivida de maneira solitária é tão inútil que, talvez, morrer não seja algo tão ruim. Viver na solidão, viver sem ninguém, sem ser importante para alguém, é a maneira mais dolorida de morrer. 



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Viver sozinho é a forma mais lenta de suicídio. Ninguém entende como é não ter alguém.



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Dizem, também, que sempre existe uma luz no fim do túnel. Após abrir os olhos e enxugar as lágrimas, vejo, no horizonte, uma pequena luz bruxuleante. Aparentava ser uma vela. Eu me via sorrindo como há muito não sorria. E corri até a luz. Olhando para a vela, sinto meu coração acelerar. 



22

Eu a assopro e aguardo a chegada do fim. Sozinho, como sempre, na ânsia de que o tempo, em breve, me mate.




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