Tarde da noite. Chego em casa, tudo escuro. Estou em casa. A escuridão me dá boas-vindas, mas não precisaria. Ela é intrínseca a mim, afinal. Estava me sentindo vazio. Nada de alarmante, pois não é anormal sentir-me assim. Mas sentia algo diferente. Sentia a ausência de algo, no entanto, não sabia o que faltava.
Sentei-me em minha cama e fiquei contemplando o vazio. Era como se eu contemplasse a minha própria existência. Ouvia os ponteiros do relógio, que pareciam ficar mais lentos a cada batida. Eu não sentia nem minha respiração. Deitei-me e ouvi algo cair. Quando olhei no chão, vi que um retrato que ficava sobre minha cômoda havia caído. Uma fotografia minha, com minha família.
Peguei o retrato e fiquei olhando por um tempo. Repentinamente, notei que a minha imagem, na fotografia, estava esmaecida. Pensei que era algum efeito da luz do abajur, então acendi a luz do quarto para tentar enxergar melhor. Nada mudou. Minha imagem estava desbotada.
Apavorado, joguei o retrato sobre a cama e notei algo ainda mais estarrecedor. A luz do meu quarto lançava sombras sobre tudo, mas não a minha. Eu não tinha sombra, mas como isso seria possível? Meu coração deveria acelerar, mas eu não o sentia bater. Algo muito estranho estava acontecendo.
Corri para o banheiro, para lavar o rosto e tentar botar os pensamentos em ordem. Ouvindo a água descer da torneira, senti-me um pouco aliviado. Com os olhos fechados e o rosto molhado, levantei a cabeça e olhei diretamente no espelho.
Nada.
Não havia imagem minha refletida. Eu via apenas as paredes atrás de mim. O vazio era real. A ausência de mim era real. Eu não existia mais. Esmaeci de minha existência.
Naquela noite, em meio à escuridão, em meio às sombras, no vazio de minha casa, era eu quem faltava.
Eu não estava mais lá.
Eu não estou aqui.
E, enquanto lê isto, eu já não existo mais.
(Sem revisão, afinal, não existo mais...)
Sentei-me em minha cama e fiquei contemplando o vazio. Era como se eu contemplasse a minha própria existência. Ouvia os ponteiros do relógio, que pareciam ficar mais lentos a cada batida. Eu não sentia nem minha respiração. Deitei-me e ouvi algo cair. Quando olhei no chão, vi que um retrato que ficava sobre minha cômoda havia caído. Uma fotografia minha, com minha família.
Peguei o retrato e fiquei olhando por um tempo. Repentinamente, notei que a minha imagem, na fotografia, estava esmaecida. Pensei que era algum efeito da luz do abajur, então acendi a luz do quarto para tentar enxergar melhor. Nada mudou. Minha imagem estava desbotada.
Apavorado, joguei o retrato sobre a cama e notei algo ainda mais estarrecedor. A luz do meu quarto lançava sombras sobre tudo, mas não a minha. Eu não tinha sombra, mas como isso seria possível? Meu coração deveria acelerar, mas eu não o sentia bater. Algo muito estranho estava acontecendo.
Corri para o banheiro, para lavar o rosto e tentar botar os pensamentos em ordem. Ouvindo a água descer da torneira, senti-me um pouco aliviado. Com os olhos fechados e o rosto molhado, levantei a cabeça e olhei diretamente no espelho.
Nada.
Não havia imagem minha refletida. Eu via apenas as paredes atrás de mim. O vazio era real. A ausência de mim era real. Eu não existia mais. Esmaeci de minha existência.
Naquela noite, em meio à escuridão, em meio às sombras, no vazio de minha casa, era eu quem faltava.
Eu não estava mais lá.
Eu não estou aqui.
E, enquanto lê isto, eu já não existo mais.
(Sem revisão, afinal, não existo mais...)
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