A solidão é como um monstro invisível que te devora lentamente. Ela vai te abrangendo aos poucos, como lava, que queima a pele dos antebraços até o pescoço... Repentinamente, aquele arrepio de tristeza - e então as lágrimas.
Ao mesmo tempo a solidão corrói a moradia do coração: o peito. Pouco a pouco toma conta e cada batida do coração expele um pouco da lava que a solidão - junto da tristeza - trouxeram ao peito.
Mas já é tarde demais, esse calor preencheu seu vazio interior, que continua vazio de bons sentimentos, apenas inundado com a lava oriunda do vulcão das piores coisas a se sentir.
Você olha pro passado, vê uma foto de alguém feliz, uma cena na televisão, e sabe que tudo aquilo é apenas uma visão do impossível. Se há um casal à sua frente, você se convence de que aquilo é, como nas novelas, também ensaiado, algo não condizente com a realidade... Porque a sua realidade não engloba esse tipo de situação.
Você não nasceu pra isso.
É melhor fingir que a felicidade alheia é, também, fingimento.
Não dói menos, nem dói mais. Dói na intensidade que você se habituou a suportar: a dor da lava da tristeza e solidão corroendo quem você é.
Ansiando pelo dia que você não mais será.
Ser ou não ser?
Um ser que não quer mais ser.
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